Luciano Freitas é do Movimento LGBT do Partido Socialista Brasileiro
Em entrevista ao Portal PSB Nacional Luciano Freitas Filho, do Movimento LGBT do partido, afirmou que o XII Congresso da sigla é um desafio, pois os militantes LGBT terão a oportunidade de oficializar a sua existência, enquanto Segmento Social Organizado. “Para o grupo a realização da 1ª Plenária Nacional, configura-se como uma oportunidade de ampliação das ações socialistas no tocante aos Direitos Humanos, em especial, ao enfrentamento da homofobia e respeito à livre orientação-sexual”, disse. De acordo com Luciano, o movimento pretende formar uma Executiva Nacional Provisória, a fim de garantir maiores possibilidades para a sua estruturação orgânica. “Temos a meta de ampliação do segmento, tendo em vista a formação de seus órgãos representativos em níveis municipais e estaduais (conforme Estatuto do Partido). Além disso, é nosso objetivo discutir como os respectivos militantes contribuirão com as eleições municipais do ano de 2012”, explicou. Confira abaixo a íntegra da entrevista concedida à jornalista Priscila Rocha, do Portal PSB Portal PSB: Como o Movimento LGBT está se preparando para o Congresso? Luciano Freitas: O Segmento LGBT do PSB realizará uma Plenária no dia 02 de dezembro, concomitantemente aos Congressos dos demais Segmentos Sociais do Partido. Essa Plenária contará com a participação de representantes dos Estados do Amapá, Pará, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Tocantins, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal. Para tanto, cada Estado vai contar com 03 delegados, indicados em Plenárias Estaduais ocorridas nos respectivos Congressos Estaduais e referendados por seu Diretório Estadual. O grupo irá ao Congresso na perspectiva de discutir metas para a ampliação do segmento, tendo em vista a formação de seus órgãos representativos em níveis municipais e estaduais (conforme Estatuto do Partido) visando também, para o próximo Congresso do PSB, a formação da Executiva Nacional LGBT. Além disso, é nossa meta discutir como os respectivos militantes contribuirão com as eleições municipais do ano de 2012, tanto com as campanhas de nossos candidatos, como também, na perspectiva de campanhas enquanto candidatos. Para isso, vamos considerar não somente as pautas políticas LGBT, mas também as pautas do combate à pobreza, às desigualdades econômicas e a promoção de uma reforma urbana socialmente referenciada (eixo norteador do nosso Congresso em 2011). Nesse Congresso de 2011, pretendemos formar uma Executiva Nacional Provisória, a fim de garantir ao segmento maiores possibilidades para a sua estruturação orgânica. Portal PSB: Qual será o foco da plenária do segmento LGBT? Luciano Freitas: O nosso foco se diferencia dos demais movimentos. Enquanto alguns estão ampliando suas bases nos municípios e Estados, e também traçando metas para a inserção destes na agenda anual dos movimentos sociais organizados no Brasil, o segmento LGBT socialista passa por um processo introspectivo. É preciso, primeiro, traçar metas para o reconhecimento dos demais pares em Estados não-participantes da plenária; construir um plano de ação que norteie nossos militantes para atuar em suas bases, na perspectiva de aglutinar outros militantes; bem como orientá-los sobre o que é a bandeira de Luta LGBT socialista, uma vez que não se trata apenas em discutir a causa LGBT, mas também, não perder de vista aquilo que nos une aos demais segmentos do partido: a causa Socialista, o projeto socialista de fazer um Brasil novo, com vistas aos Direitos Humanos e promovendo a igualdade de direitos sociais e econômicos. Portal PSB: Qual a expectativa para o Congresso? Luciano Freitas: Para os militantes LGBT esse congresso é um desafio. Isso porque, o movimento terá a oportunidade de oficializar a sua existência, enquanto segmento social organizado, dentro do Partido Socialista Brasileiro. Para o grupo, representado por diversos Estados das cinco regiões brasileiras, inclusive o Distrito Federal, a realização da 1ª plenária Nacional LGBT do PSB, configura-se como uma oportunidade de ampliação das ações socialistas no tocante aos Direitos Humanos, em especial ao enfrentamento da homofobia e respeito à livre orientação sexual. Para ser sincero, estamos sentindo um "friozinho na barriga", na expectativa de realização dessa Plenária. As dúvidas e as expectativas são várias, dentre elas citamos a perspectiva de um apoio oficial dos nossos membros da Executiva Nacional e nossos parlamentares, principalmente no aceno deles para a ampliação de políticas públicas de gestão para os LGBTs. Portal PSB: Na sua opinião, quais serão os rumos do Movimento LGBT pós-congresso? Luciano Freitas: Crescer, produzir,"arregaçar as mangas", trabalhar e contribuir com um projeto Socialista para o Brasil que entenda o respeito à diversidade sexual. Colaborar, igualmente, com nossos Parlamentares apresentando ideias e proposições que visem o combate da homofobia nos âmbitos das nossas gestões municipais, estaduais e na Câmara de Deputados e no Senado. Portal PSB: Qual é o aspecto primordial para o Brasil crescer? Luciano Freitas: Acabar com a pobreza, as desigualdades econômicas gritantes e contribuir com a valorização do trabalhador. Contudo, não adianta crescimento econômico desatrelado do crescimento social. A garantia de renda, oportunidade de emprego, educação, saúde não garantem por completo o respeito ao próximo em vistas às diversidades identitárias, sejam elas referentes à raça, orientação sexual, gênero. A desconstrução de preconceitos e violências, sejam elas físicas, psicológicas ou patrimoniais, ocorrem com um projeto Socialista que seja por inteiro. Uma proposta que tenha inseridos os Direitos Humanos. Portal PSB: Como foi o ano de 2011 para o LGBT e quais foram seus principais avanços? Luciano Freitas: O ano de 2011 foi importante para oficializar o que já era oficioso no âmbito do Partido, pois já existiam coletivos LGBT organizados em cidades como João Pessoa, Amapá, Pernambuco, Alagoas e etc. Faltava apenas a união desses coletivos e militantes para pensar a estruturação do segmento em nível nacional. Também realizamos intervenção na 2ª Marcha de Combate a homofobia, ocorrida em maio. Por conta da ocasião, fizemos uma reunião de militantes LGBT na sede do Partido, bem como intervenções nas Conferências municipais e estaduais LGBT, elegendo, inclusive, delegados para a Conferência LGBT que ocorrerá em Brasília, em dezembro deste ano. Ressalto, ainda, o 1º Seminário Nacional LGBT do PSB ocorrido no Recife, em outubro deste ano, em parceria com a Fundação João Mangabeira (FJM). Por fim, para realizar tais ações, não poderíamos deixar de registrar nossos sinceros agradecimentos aos companheiros do Partido: Carlos Siqueira, primeiro-secretário Nacional e presidente da FJM; Dora Pires, secretária Nacional de Mulheres Socialistas; Adilson Gomes do PSB de Pernambuco; e Maria de Jesus, secretária Nacional do Movimento Popular Socialista, pela forma aguerrida e ilimitada de apoio para o caminhar do segmento LGBT, nossos "leões de chácara", além dos agradecimentos aos companheiros: Sandra Marrocos (PB), Kátia Born (AL), Paulo Folleto (ES), Catarina (RS), Laura Gomes (PE), Valneide (ES) e muitos outros. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário