Ishinomaki (Japão), 11 set (EFE).- Com flores, orações e um minuto de silêncio, o Japão lembrou neste domingo as vítimas da catástrofe que seis meses atrás assolou a costa nordeste do país, onde os habitantes lutam para refazer suas vidas em meio ao avanço da reconstrução.
Dados recentes contabilizam que o terremoto e tsunami de 11 de março causaram 15.781 mortos e deixaram 4.086 desaparecidos, além de uma crise nuclear ainda aberta e uma gigantesca tarefa de reconstrução que vai necessitar de 180 bilhões de euros nos próximos cinco anos.
A tragédia foi lembrada neste domingo com homenagens e cerimônias pelas vítimas em municípios litorâneos como Ishinomaki, até então uma dinâmica cidade portuária com inúmeras fábricas que foram varridas pelo tsunami.
Neste domingo, apesar da chuva e do nevoeiro, centenas de pessoas foram até o mirante sagrado da colina de Hiyoriyama, adornado com flores, mensagens e desenhos vindos de todos os cantos do país.
A partir da colina, que para muitos moradores de Ishinomaki serviu de refúgio quando da chegada do tsunami, é possível avistar ainda toneladas de escombros acumulados no antigo porto, onde apenas restam em pé pouco mais de 20 prédios.
A grossa massa de água destruiu violentamente a costa deste município. Ali 3.168 pessoas morreram e 759 permanecem desaparecidas. Ao todo, exatas 19.360 casas ficaram completamente destruídas e há ainda 1.477 refugiados em mais de 50 abrigos espalhados pela cidade.
Às 14h46 no horário local (3h46 de Brasília), o mesmo momento em que seis meses atrás um terremoto de 9 graus de magnitude na escala Richter atingiu o nordeste japonês, uma caravana de carros e ônibus lotou o estacionamento do recinto para lembrar às vítimas em silêncio, entre lágrimas e orações, ao som da sirene de emergência.
Pouco depois começaram a retumbar os "taikos", tambores japoneses, a partir de uma ilha no meio do rio que adentra a cidade e mostrava um gigantesco arco-íris feito com milhares de mensagens de solidariedade chegadas de todo o mundo, com destaque para uma palavra: "Imagine".
Como muitas das localidades vizinhas, Ishinomaki é agora uma cidade com duas vidas: a parte urbana, menos danificada e que se esforça para recuperar-se; e o litoral, que, apesar dos visíveis avanços na limpeza, é ainda um local ermo dominado pelos grasnidos das centenas de urubus corvos que sobrevoam a região.
Os guindastes, as mais de 6.100 toneladas de escombros na região e os carros empilhados dão mostras do trabalho realizado ao longo dos últimos seis meses, durante o qual foi retirada parte do lodo e do barro e liberadas aruás que pouco a pouco devolvem a normalidade à região.
Caminhando não é possível diferenciar a planta das casas. Há inúmeros cemitérios que aparecem como uma massa de lápides sobrepostas e toneladas de terra removida.
Bonecas, fotos, motocicletas, extintores e lembranças se empilham nas margens da estrada que corta os espaços ainda intocados e campos enlameados pela passagem constante de máquinas retroescavadeiras.
"Embora ainda reste muito trabalho pela frente, o progresso é visível passo a passo", afirmou à Efe Asyouin, um jovem monge budista de Osaka que trabalha como voluntário em Ishinomaki e está pela terceira vez na cidade após o desastre.
Asyouin é um das centenas de voluntários que trabalham na região, que, como lembram diferentes ONGs precisam constantemente de novas mãos para manter o ritmo da reconstrução.
Entre as que trabalham na área está a Peace Boat, que desde a catástrofe mobilizou cerca de 5,5 mil voluntários e atualmente lamenta que, após o verão, diminuiu o número de pessoas dispostas a ajudar pessoalmente na região.
"Seis meses depois, podemos dizer que subimos um degrau na reconstrução. As condições melhoraram e há menos necessidades, já que passamos de um estado de emergência a trabalhos para melhorar as áreas públicas e a indústria", indicou à Efe Maho Takahashi, uma das porta-vozes de Peace Boat.
Esta ONG se concentra em Ishinomaki, onde desde 11 de março limparam mais de 1 mil prédios e distribuíram 88 mil refeições quentes em 25 refúgios, enquanto dezenas de outras organizações instalaram-se em outras localidades arrasadas.
Apesar do trabalho de voluntários, as autoridades municipais se queixam da lentidão do Governo central na tramitação de recursos para auxiliar na recuperação que, seis meses depois, ainda mantêm milhares de refugiados vivendo em meio à incerteza.
Dados recentes contabilizam que o terremoto e tsunami de 11 de março causaram 15.781 mortos e deixaram 4.086 desaparecidos, além de uma crise nuclear ainda aberta e uma gigantesca tarefa de reconstrução que vai necessitar de 180 bilhões de euros nos próximos cinco anos.
A tragédia foi lembrada neste domingo com homenagens e cerimônias pelas vítimas em municípios litorâneos como Ishinomaki, até então uma dinâmica cidade portuária com inúmeras fábricas que foram varridas pelo tsunami.
Neste domingo, apesar da chuva e do nevoeiro, centenas de pessoas foram até o mirante sagrado da colina de Hiyoriyama, adornado com flores, mensagens e desenhos vindos de todos os cantos do país.
A partir da colina, que para muitos moradores de Ishinomaki serviu de refúgio quando da chegada do tsunami, é possível avistar ainda toneladas de escombros acumulados no antigo porto, onde apenas restam em pé pouco mais de 20 prédios.
A grossa massa de água destruiu violentamente a costa deste município. Ali 3.168 pessoas morreram e 759 permanecem desaparecidas. Ao todo, exatas 19.360 casas ficaram completamente destruídas e há ainda 1.477 refugiados em mais de 50 abrigos espalhados pela cidade.
Às 14h46 no horário local (3h46 de Brasília), o mesmo momento em que seis meses atrás um terremoto de 9 graus de magnitude na escala Richter atingiu o nordeste japonês, uma caravana de carros e ônibus lotou o estacionamento do recinto para lembrar às vítimas em silêncio, entre lágrimas e orações, ao som da sirene de emergência.
Pouco depois começaram a retumbar os "taikos", tambores japoneses, a partir de uma ilha no meio do rio que adentra a cidade e mostrava um gigantesco arco-íris feito com milhares de mensagens de solidariedade chegadas de todo o mundo, com destaque para uma palavra: "Imagine".
Como muitas das localidades vizinhas, Ishinomaki é agora uma cidade com duas vidas: a parte urbana, menos danificada e que se esforça para recuperar-se; e o litoral, que, apesar dos visíveis avanços na limpeza, é ainda um local ermo dominado pelos grasnidos das centenas de urubus corvos que sobrevoam a região.
Os guindastes, as mais de 6.100 toneladas de escombros na região e os carros empilhados dão mostras do trabalho realizado ao longo dos últimos seis meses, durante o qual foi retirada parte do lodo e do barro e liberadas aruás que pouco a pouco devolvem a normalidade à região.
Caminhando não é possível diferenciar a planta das casas. Há inúmeros cemitérios que aparecem como uma massa de lápides sobrepostas e toneladas de terra removida.
Bonecas, fotos, motocicletas, extintores e lembranças se empilham nas margens da estrada que corta os espaços ainda intocados e campos enlameados pela passagem constante de máquinas retroescavadeiras.
"Embora ainda reste muito trabalho pela frente, o progresso é visível passo a passo", afirmou à Efe Asyouin, um jovem monge budista de Osaka que trabalha como voluntário em Ishinomaki e está pela terceira vez na cidade após o desastre.
Asyouin é um das centenas de voluntários que trabalham na região, que, como lembram diferentes ONGs precisam constantemente de novas mãos para manter o ritmo da reconstrução.
Entre as que trabalham na área está a Peace Boat, que desde a catástrofe mobilizou cerca de 5,5 mil voluntários e atualmente lamenta que, após o verão, diminuiu o número de pessoas dispostas a ajudar pessoalmente na região.
"Seis meses depois, podemos dizer que subimos um degrau na reconstrução. As condições melhoraram e há menos necessidades, já que passamos de um estado de emergência a trabalhos para melhorar as áreas públicas e a indústria", indicou à Efe Maho Takahashi, uma das porta-vozes de Peace Boat.
Esta ONG se concentra em Ishinomaki, onde desde 11 de março limparam mais de 1 mil prédios e distribuíram 88 mil refeições quentes em 25 refúgios, enquanto dezenas de outras organizações instalaram-se em outras localidades arrasadas.
Apesar do trabalho de voluntários, as autoridades municipais se queixam da lentidão do Governo central na tramitação de recursos para auxiliar na recuperação que, seis meses depois, ainda mantêm milhares de refugiados vivendo em meio à incerteza.
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