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domingo, 31 de julho de 2011

Senado derruba projeto aprovado na Câmara e agrava crise nos EUA


O impasse no Congresso dos Estados Unidos em torno da dívida federal e do déficit orçamentário agravou-se no fim da noite de ontem, depois da rejeição dos senadores ao projeto de lei do presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner.
O plano foi derrubado no Senado por 59 votos a 41. A expectativa dos líderes democratas de reunir-se logo em seguida com a oposição para negociar um projeto alternativo acabou frustrada pela recusa do líder da minoria republicana, Mitch McConnell.
"É hora de nos comportarmos como adultos", disse o senador Harry Reid, líder da maioria democrata e autor de uma proposta alternativa apoiada pela Casa Branca, em referência à atitude de McConnell. "Temos uma ótima peça de legislação para negociar", completou, referindo-se a seu projeto alternativo. "Não podemos resolver esse problema com os braços cruzados e sem conversar", agregou o senador democrata Chuck Schumer.
Logo após a aprovação da proposta de Boehner na Câmara, a Casa Branca deu como certa a derrota do projeto no Senado e o início imediato da negociação de um texto bipartidário, capaz de ser aprovado nas duas Casas e sancionado pelo presidente Barack Obama. O cálculo era compartilhado por Reid, que manteve estreito diálogo com McConnell nas últimas semanas. Mas se mostrou equivocado. No fim da noite, o resultado foi o aprofundamento do impasse.
Em parte, a recusa dos senadores republicanos em negociar se deveu à forma humilhante como o projeto de Boehner foi rejeitado pelo Senado - apesar dos avisos anteriores de que assim ocorreria. No comando da Casa, Reid colocou o texto em votação no plenário e, duas horas depois de aprovado pela Câmara, o Senado anunciou sua rejeição.
Boehner havia conseguido na Câmara 218 votos a favor de seu projeto - 210 foram contrários, entre os quais 22 republicanos. Para alguns analistas, esse feito poderia destravar as negociações. Não foi o que aconteceu.
A proposta de Boehner previa elevar em US$ 900 bilhões o limite de endividamento dos EUA, hoje de US$ 14,3 trilhões. Em contrapartida, adotaria medidas para cortar o déficit em US$ 2,5 trilhões nos próximos dez anos. O aumento no teto da dívida seria suficiente para satisfazer as necessidades de financiamento do governo até fevereiro de 2012. Após essa data, porém, tanto a Câmara quanto o Senado precisariam de um novo acordo.
Twitter. Durante todo o dia, Obama apelou por um consenso. Além de um discurso para a imprensa, o presidente publicou um a um os nomes, as cadeiras e os contatos no Twitter dos deputados republicanos na Câmara e pediu aos eleitores de cada distrito eleitoral dos EUA que pressionassem os legisladores a adotarem uma solução bipartidária para a elevação do teto da dívida. 

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