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sexta-feira, 30 de março de 2012


BRIZOLA, A CORAGEM DESSE BRASILEIRO

Brizola Vive
Brizola foi um dos maiores cidadãos de coragem deste país, um brasileiro de verdade que queria ver o crescimento da nação, a fim de colocá-la entre os grandes, e fatalmente seria um dos presidentes do Brasil, não fosse o Golpe Militar de 1964. Não só pelo que fez pelo Brasil em 1961, mas pela consciência que tinha do potencial deste país, à partir de um povo que deveria ser educado para que isto refletisse no desenvolvimento social de modo geral.
Muita gente acusou Brizola de “covarde” na Revolução de 1964, por ter se exilado no Uruguai e não manter a resistência de manutenção da Constituição. Mal sabiam estes mal-informados críticos de que pouco adiantava somente o líder Brizola, o povo e os militares contrários à Ditadura Militar resistirem ao golpe arquitetado e executado por Castelo Branco e sua turma(muitos, infelizmente, homenageados hoje com nome de ruas e avenidas). Havia naquele momento crítico do Golpe – por exemplo – navios porta-aviões americanos, na costa de Tramandaí/RS, que aguardavam ordens para bombardear cidades do Rio Grande do Sul em um banho de sangue que seria sem precedentes na segunda metade do século XX no Brasil. Brizola exilou-se no Uruguai não para manter a própria vida, mas manter a vida de milhares de cidadãos do sul país. Seria covardia o 3º Exército e o povo sulista lutar contra o resto do país que, por sua vez, contava com as forças militares americanas para atacar. Certamente uma luta extremamente desigual.
Fico imaginando os políticos americanos dando risada, em banquetes regados a Champagne na Casa Branca, conversando sobre mais um golpe bem-sucedido e patrocinado por eles em um dos “paisinhos de banana” da América Latina, nem lembrando-se ao certo o nome do país.
Assim o Brasil nem precisou ser vendido em leilão, voltando a ser colônia de domínio estrangeiro de forma maquiada. Foi um período áureo para as multinacionais escancaradamente extraírem como nunca a riqueza bruta do Brasil para beneficiamento e próprio enriquecimento (apesar de que hoje a história aponta que, culturalmente, não mudou muito coisa!).
O país viveu estagnado aproximadamente 20 anos, não conseguindo evoluir sua consciência política e, por isto, esta falta de maturidade política do povo reflete-se neste escárnio atualmente que vemos na Política Brasileira. O que alguns países seria motivo fuzilamente por crimes contra o povo, aqui reside a impunidade, o tapinha nas costas, o conformismo, etc. Deixo claro que sou favorável à Justiça – ressarcimento do erário + puniçao -, não ao fuzilamento.
Vivemos hoje uma ditadura diferenciada, na era do Estado Democrático de Direito, onde tudo é permitido em matéria de impunidade no alto escalão, os cofres públicos são violentamente lesados, razão pela qual não há segurança, educação e, principalmente, saúde. O Governo diz que não há dinheiro. Dinheiro há, só que grande parte dos recursos estão comprometidos ou com a corrupção de desvio de verba pública, ou má gestão pública ou com a falta de fiscalização por parte do Estado – ou todos estes fatores ao mesmo tempo.
O plano que Brizola tinha para a educação no Brasil era de longo prazo, pois ele sabia que a educação de um povo não se faz do dia para a noite, leva gerações. Um povo culto incomodaria muito opositores ferozes de Brizola, representantes das classes mais altas deste país e de sensacionalistas midiáticos como, por exemplo, a Rede “Glóbulo de Imbecilização”.
Ao que me recordo, os CIEP’s foram a última tentativa de fazer a educação dar certo neste país. O que Brizola construiu com as mãos em seus governos, seus sucessores desmancharam com os pés. O sucateamento dos CIEP’s ajuda, hoje em dia, para a precariedade no ensino público, mais crianças abandonadas/famintas em período integral nas ruas e estímulo para a marginalidade. O oposto do que foi no início… uma esperança de ensino para crianças carentes!
As idéias são maiores do que o Homem!
As idéias do Engenheiro, Leonel de Moura Brizola, deixam saudades!

D. Matos

sábado, 24 de março de 2012


CADÊ VOCÊ, CHICO?

Estou aqui. Muito bem, obrigado, contemplando o incontemplável que sempre sonhei e nunca revelei a ninguém quando passei por aí. Se soubesse da infinitude do infinito, pelo menos de fragmentos inteligíveis que me fizessem entender o mínimo possível, estaria por aqui há mais tempo.
Trata-se de uma dimensão intraduzível. Somente a alma espiritualizada dos seres humanos, poderão vislumbrar as maravilhas etéreas e eternas dessa dimensão.
Extasio-me a cada passo. Sou um ponto de energia nesse cosmos incomensurável, que me desloco sem pernas, abraço sem braços e manifesto-me e comunico-me com a “psique imortalizada.” É algo extraordinário e impensável pra vocês.
Nos primeiros momentos a leveza, a sensação de liberdade absoluta nos apresenta um certo receio, porquanto em nossa peregrinação terrena, cadeias, correntes e algemas de todas as espécies nos impõem limitações. Num estalar de dedos tudo se rompe e cai. Adquire-se, portanto, a “verdadeira liberdade dos filhos de Deus.”
Somos “pontos de energia” iluminados pela luz que emana de uma LUZ infinitamente mais intensa. Ela brilha em cada um de nós, e o seu brilho nos reveste de absoluta paz.
Quando aqui cheguei -  os meus alunos que se anteciparam há algum tempo -  estavam à minha espera, muito alegres e felizes. Ouvi comentários de que desde cedinho preparavam com esmero a sala para minha aula inaugural. Havia também gente diferente. Roupa branca, resplandecente, em grande expectativa. O Rolando me comunicou que eram anjos. Ainda bem que não prefaciou com as suas enroladas.
De repente não os vi mais. Desapareceram repentinamente, como uma névoa que se desfaz. Uma miríade de anjos conduziu-me até a sala de aula. Ao abrir a porta, todos levantaram-se em sinal de respeito. Pensei com os meus botões, aliás, com a minha luz: ‘Pelo menos já aprenderam alguma coisa boa!’
Sentei sem cadeira e eles me imitaram. Que interessante! Havia uma mesa e não era mesa. Passei os olhos do espírito por todos os alunos e quase não mais os conheci. Interiormente comentei: ‘Aqui existe algo diferente e excepcional que eu ainda não captei.’
Verifiquei em segundos uma metamorfose que denominei transfiguração. E é realmente. Como aconteceu ou acontece, não me perguntem, pois ainda não cheguei lá. Todos estavam jovens, inclusive eu. Meus joelhinhos e minha cabeça estão maravilhosos, lindos. Ouviu Aldemar Vigário? Pena que você não possa ver.

Joselino Barbacena mudou até o bordão: ‘Ai meu Jesus Cristinho! Que ele me descubra aqui.”

Seu Sandoval Quaresma não tem mais a boca murcha. Entusiasmado e feliz repete, completando: ‘Opa, tá na ponta da língua... o louvor do Senhor da vida.’

Samuel Blaustei desapegou-se totalmente do dinheiro. Fiquei impressionado quando o ouvi falar: ‘Fazemos qualquer negócio para compartilhar nossos bens com os necessitados.’

Seu Rolando Lero não enrola mais. ‘Captei! Captei a vossa mensagem... Deus é tudo.’

Tenho certeza que Baltazar da Rocha passou por uma cirurgia plástica. Que transformação visual! ‘Que que há-lho? Há uma beleza tão grande que se torna difícil para a imaginação de vocês.’

A transfiguração de dona Bela é algo inacreditável, inacessível e miraculoso. Se eu pudesse trazê-los até aqui para que vocês vissem... A transformação chegou a tal nível que ao fazer uma pergunta ela calma e serenamente responde: ‘Só pensa... naquilo! No Senhor que criou o céu e a terra, e do qual contemplamos a Face.’

Célia Cardoso de Melo que repetia a cada instante ‘o povo é só um detalhe,’ agora já nos ensina que o povo é constituído de homens e mulheres, filhos de um mesmo Pai, que os ama com um amor único, apaixonado e fiel.

Galeão Cumbica nem se fala. Cabelos sedosos e bem cortados, pronuncia as mesmas palavras, mas o convite é totalmente diferente: ‘Atenção passageiros com destino ao Paraíso, portadores de ficha da cor azul... se piqueeeeee!!’

Pedro Pedreira com aquele seu temperamento e teimosia, demonstra serenidade até na maneira de falar. ‘Há controvérsias! Não aqui. Ao nosso redor perdura eternamente a paz, a compreensão, o perdão, a oração, o amor.’

Como viram, sou agora eternidade. Descanso nos braços do Pai que me acolheu como “o filho pródigo.” O anel, a túnica, as sandálias, a festa... Tudo tem ares de eternidade. Não há noite, não há lágrimas, não há luto, não há dor, e não se precisa de sol, porquanto Deus é a LUZ que ilumina tudo e brilha em todos. Não existe tempo pra sentir saudade. Aliás, nem tempo existe. Enquanto que por aí eu fazia do Humor, amor, por aqui estou realizando o mais sonhado dos meus sonhos: fazer do Amor, humor. Agora sou o que sou.

ALMacêdo
24/03/2012

sexta-feira, 23 de março de 2012


Chico Anysio morre aos 80 anos

Comediante estava internado em hospital no Rio de Janeiro.
Ele começou no rádio, fez sucesso na TV e atuou em filmes.

Chico Anysio, aos 78 anos, posa em sua residência, em São Paulo, em junho de 2009 (Foto: Leonardo Wen/Folhapress ) 
Chico Anysio posa em sua residência, em São Paulo, em junho de 2009 (Foto: Leonardo Wen/Folhapress )Morreu nesta sexta-feira (23), aos 80 anos, o humorista Chico Anysio. Ele estava internado no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio. Ao longo de seus 65 anos de carreira, Chico Anysio criou mais de 200 personagens e foi um dos maiores humoristas do Brasil com destaque no rádio, na TV, no cinema e no teatro. Ele deixa oito filhos.

Anysio apresentou uma piora nas funções respiratórias e renal na quarta-feira (21) e voltou a respirar com ajuda de aparelhos durante todo o dia. Ele estava no CTI do hospital carioca desde dezembro do ano passado por conta de um sangramento. O comediante chegou a ter o problema controlado, mas apresentou uma infecção pulmonar e retornou à internação. Ele seguia em sessões de fisioterapia respiratória e motora diariamente, somadas a antibióticos. 
O ator também já foi submetido a uma laparotomia exploradora, procedimento cirúrgico que serve para revelar um diagnóstico. Essa cirurgia fez com que Chico Anysio tivesse um segmento de seu intestino delgado retirado.

No final de 2010, ele foi levado ao mesmo hospital com falta de ar. Após uma obstrução da artéria coronariana ser encontrada, passou por uma angioplastia, procedimento para desobstrução de artérias. Após 110 dias, teve alta em março do ano passado.

Com fortes dores nas costas, o humorista foi novamente internado em novembro. Ficou no hospital durante cinco dias, para receber medicação intravenosa devido a problema antigo nas vértebras que provocava dor. No fim de novembro, teve febre e os médicos descobriram uma contaminação por fungos, tratada com antibióticos. No começo de dezembro, retornou ao hospital com infecção urinária e ficou internado por 22 dias. Um dia depois, voltou ao Hospital Samaritano.

Nos momentos mais críticos, quando esteve no hospital entre dezembro de 2010 e março de 2011, Chico necessitou da ajuda de aparelhos para respirar e se comunicava com médicos e familiares por meio de mímica. Durante o período pós-operatório, houve o diagnóstico de um tamponamento cardíaco, que acontece quando o sangue se acumula entre as membranas que envolvem o coração (pericárdio).

Durante o período de internação, que alternou momentos no CTI e em unidades intermediárias, Chico Anysio apresentou quadros de pneumonia e passou por sucessivas broncoscopias. As infecções foram tratadas com uso de antibióticos.
Antes, em agosto de 2010, o humorista precisou ser internado para a retirada de parte do intestino grosso após ser constatado um quadro de hemorragia no aparelho digestivo. Em maio de 2009, outra pneumonia o levou ao hospital.
Rádio e TV
Foi no Rádio Guanabara, ainda nos anos 50, que os seus tipos cômicos começaram a surgir. Até o “talento para imitar vozes”, como o proprio Chico descreveria em seu site, evoluir para a televisão. A estreia aconteceu em 1957, na extinta TV Rio, no programa “Aí vem dona Isaura”. Foi lá que o Professor Raimundo teve sua primeira aparição no vídeo, como o tio da protagonista que vinha do Nordeste — até então o programa só havia sido veiculado pelo rádio.
“Até tinha uma coisa de sentar para criar, mas uns nasceram pela voz, outros pelo tipo, pela personalidade, pela caracterização. Sempre fiz questão de que eles fossem encontrados sem que eu estivesse presente. Que alguém dissesse: "'Na minha terra, tem um Pantaleão. No Rio tem muito Azambuja’”, explicou o humorista ao “Estado de S. Paulo”, em 2009.

Num tempo em que ainda não existiam contratos de exclusividade, Chico pôde fazer participações especiais em programas de outras emissoras e em chanchadas da Atlântida.
O “Chico Anysio Show”, seu primeiro programa de humor, foi lançado no início da década de 60. Foi ao ar pela TV Rio, depois pela Excelsior e em 1982 voltou a ser exibido pela Rede Globo — onde o humorista já trabalhava desde 1969.
Mas foi na Globo que teve seus programas humorísticos de maior sucesso e onde desenvolveu a maioria de seus personagens. Entre as atrações, destaque para “Chico city” (1973-1980), “Chico total” (1981 e 1996) e “Chico Anysio show” (1982-1990).

Alguns desses personagens quase que se misturam à história da televisão brasileira, como o ator canastrão Alberto Roberto, o pão-duro Gastão Franco, o coronel Pantaleão, o pai-de-santo Véio Zuza, o velhinho ranzinza Popó, o alcoólatra Tavares e sua mulher Biscoito (Zezé Macedo) e o revoltado Jovem.

Com o passar dos anos, novos tipos eram criados e incorporados ao programa: o funcionário da TV Globo Bozó, que tentava impressionar as mulheres por conta de sua condição; o mulherengo e bonachão Nazareno, sempre de olho nas serviçais; o político corrupto Justo Veríssimo; e o pai de santo baiano e preguiçoso Painho são alguns dos mais populares.

Apresentada como quadro em outros programas desde a década de 1980, a “Escolinha do Professor Raimundo” tornou-se uma atração independente em 1990. No ar até 2002, o humorístico lançou toda uma geração de comediantes. Entre os “alunos” revelados pelo “professor Chico” estão Claudia Rodrigues, Tom Cavalcante e Claudia Gimenez.

Chico também atuou em novelas e especiais da Globo, como “Pé na jaca” (2007), “Sinhá Moça” (2006), “Guerra e paz” (2008) e “A diarista” (2004). Chico Anysio também teve um quadro fixo no Fantástico por 17 anos (de 1974 a 1991), e supervisionou a criação no programa “Os Trapalhões” no início dos anos 90. 
Cinema 
A incursão mais recente de Chico Anysio no cinema foi como dublador. É dele a voz do protagonista da animação “Up - Altas aventuras", animação do estúdio Pixar. Antes disso, o humorista fez uma participação especial no recordista de bilheteria “Se eu fosse você 2” (2008), de Daniel Filho. “Nos créditos finais fiz questão de colocar ‘senhor Francisco Anysio’. Ele é um astro, merece ser tratado com toda reverência”, explicou o diretor em entrevista aoG1 durante o lançamento do longa.

Em 1996, o humorista interpretou o personagem Zé Esteves, pai da personagem-título, em “Tieta”, de Cacá Diegues. O trabalho coincidiu com o aniversário de 25 anos da estréia de Chicono cinema, na pornochanchada "O doce esporte do sexo". Antes havia participado de comédias como "Mulheres à vista" e "Cacareco vem aí".

Em 2011, em sua última aparição pública, recebeu o prêmio especial do Júri do Festival do Rio pelo seu desempenho no longa “A hora e a vez de Augusto Matraga”, do diretor Vinícius Coimbra.
"O filme é importantíssimo, a obra é linda. Vinícius realizou algo quase inacreditável. É um filme que, tenho certeza, Sergio Leone assinaria com alegria", destacou o bem humorado Chico, que fez questão de receber o Troféu Redentor pessoalmente, mesmo de cadeira de rodas.
Literatura e artes plásticas
Além de se dedicar ao humor, Chico também foi artista plástico. Apaixonado pela pintura, retratou paisagens ao redor do mundo a partir de fotografias que tirava dos países que visitava. Realizou exposições de seus quadros em diversas galerias do Brasil e chegou a afirmar que gostaria de ter dedicado mais tempo à atividade.
“Porque teria tido mais tempo para aprender, para melhorar. Teria mais tempo para me tornar conhecido e aceito, para vender meus quadros por um preço melhor. Cheguei a admitir que a pintura seria meu emprego da velhice, mas não vai ser, porque ninguém está comprando nada de obra de arte, e pintar para guardar é terrível”, disse em entrevista à “Folha de S. Paulo”, em 2007. Foi autor de 21 livros, tendo publicado vários best-sellers na década de 70, como "O Batizado da vaca", "O telefone amarelo" e "O enterro do anão". Sua última publicação foi “O canalha”, lançada em 2000.
“É a história do cara que participou de todos os governos, desde Eurico Gaspar Dutra até o primeiro mandato de Fernando Henrique. Foi ele o responsável por todas as canalhices que ocorreram de lá para cá, como dar um revólver de presente a Getúlio Vargas”, explicaria o escritor Chico Anysio em entrevista à revista “Época”, no mesmo ano.
Outra de suas obras de destaque na literatura é o bem humorado manual “Como segurar seu casamento”, também de 2000. Na época, advertiu os leitores: “Não dou conselhos, transmito os erros que cometi e foram cometidos em cinco casamentos. Conviver é a arte de conceder. Essa troca de concessões gera a convivência harmônica”, comentou.
Carreira esportiva
Caçula de oito irmãos, Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho nasceu no dia 12 de abril de 1931, no município de Maranguape, no Ceará. A cidade constantemente era citada de forma saudosa pelo humorista – seu personagem mais popular, o Professor Raymundo, era de lá.
“Maranguape, cidade de que tanto falo, representa uma grande saudade. Foi um pequeno paraíso, o Éden da minha infância durante gloriosos anos. Foi lá que aprendi a ler sozinho”, escreveu o humorista em seu site oficial.

Aos 7 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, após a falência da empresa de ônibus da família. Morador do Catete, contrariou a vontade do pai e do irmão mais velho — botafoguenses convictos — e se tornou vascaíno. Sonhava em ser jogador de futebol.

Mas a carreira esportiva logo foi esquecida, quando Chico passou em testes para ser locutor e ator da Rádio Guanabara. Ele ficou em segundo lugar, perdendo apenas para Silvio Santos.
Nos anos 50, também trabalhou nas rádios Mayrink Veiga, Clube de Pernambuco e Clube do Brasil. Foi na primeira que criou o programa que se tornaria um de seus maiores sucessos, "Escolinha do Professor Raymundo", inicialmente composta por três alunos: Afrânio Rodrigues (o que sabia tudo), João Fernandes (o que não sabia nada) e Zé Trindade (o que embromava o professor).

Apesar da tentativa de se tornar um galã de radionovelas, sua veia humorística se destacava desde o início. “A rádio Guanabara descobriu meu jeito para imitar vozes. Neste dia perdi minha chance de ser um Tarcísio Meira”, contou o comediante em seu site. Foi assim que começou a compor os mais de 70 tipos cômicos que marcariam sua carreira. 
Casamentos e filhos
O primeiro de seus casamentos foi aos 22 anos, com a atriz Nancy Wanderley. Depois foi a vez de Rose Rondelli. Sobre a união com a cantora e ex-frenética Regina Chaves, dizia mal se lembrar. Já com Alcione Mazzeo, rompeu a relação por conta de um ensaio nu. Mas foi seu matrimônio com a ex-ministra da Economia do governo Collor, Zélia Cardoso de Mello — com quem teve dois filhos — que provocou mais polêmica. "Passou a ser uma pessoa de meu desagrado total. Fui um biombo para ela”, disse Chico à revista “Isto É”, em outubro de 2000.

Antes, porém, teve seis filhos, entre eles os atores Lug de Paula (famoso por interpretar o Seu Boneco, da “Escolinha do Professor Raimundo”), Nizo Neto (o Seu Ptolomeu, do mesmo programa, também dublador) Bruno Mazzeo (ator e roteirista). Chico também era tio do ator Marcos Palmeira, filho do cineasta Zelito Vianna, irmão do humorista; e da atriz Maria Maya, filha de Cininha de Paula, sobrinha do humorista.

Em novembro de 2009 foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta comenda do governo brasileiro na área. Da vida, dizia levar apenas um arrependimento: “Me arrependo enormemente de ter fumado durante 40 anos.” 



Sede da Câmara Municipal de Petrópolis começa a ser reformada

Restauração do Palácio Amarelo custará mais de R$ 1,5 milhão.
Atividades na Câmara não serão interrompidas durante as obras

O Palácio Amarelo, sede da Câmara municipal de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, começou a ser reformado. As obras foram aprovadas pelo Instituo do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) e pelo Instituto estadual do Patrimônio Cultural.
A reforma vai durar cinco meses, mas durante esse período as atividades da casa serão mantidas. Os trabalhos nos gabinetes, as sessões no plenário e as visitas guiadas continuarão sendo realizadas. A Câmara dos Vereadores vai gastar R$ 1,5 milhão na restauração do palácio do século XIX.
As obras incluem a reforma do telhado, troca da fiação antiga e pintura da fachada em estilo neoclássico. As camadas antigas de tinta já foram raspadas e o Iphan vai decidir qual cor vai prevalecer.
"O trabalho é feito por um profissional para descobrir, ao longo dos tempos, quais foram as cores primárias originalmente aplicadas. Nessa pesquisa determina-se qual a cor mais aproximada da original", explica o arquiteto Lúcio Mendonça.
As atenções estão voltadas para o plenário, onde o teto é coberto por madeira e gesso. A pintura é tão perfeita que as paredes parecem ser de mármore e madeira, mas não são.
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Avião da Webjet voa com parafusos soltos na ponte aérea

Parafusos soltos no avião da Webjet que fez o voo 5671 (Guarulhos-Santos Dumont) na quarta-feira de manhã
Foto: Foto do leitor André Stolarski / Eu-Repórter

Parafusos soltos no avião da Webjet que fez o voo 5671 (Guarulhos-Santos Dumont) na quarta-feira de manhã Foto do leitor André Stolarski / Eu-Repórter

RIO - O avião que fez o voo 5761 entre os aeroportos de Guarulhos, na Grande São Paulo, e Santos Dumont, no Rio, na manhã de quarta-feira (21) completou o percurso com parafusos soltos, como mostra o leitor André Stolarski, um dos passageiros. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), não é permitida a falta de parafusos no local. A Webjet reconheceu o erro, mas garantiu que não houve risco à segurança de quem estava na aeronave.
Da poltrona 10A, ao lado da asa direita do avião, Stolarski acompanhou com apreensão o aparecimento dos parafusos:

“Logo depois da decolagem (7h47m), três parafusos bailam soltos pela asa; depois da aterrissagem (8h21m), já não aparecem mais. Assustador, não?”
Segundo a Webjet, “após o pouso da aeronave, de fato foram encontrados parafusos soltos e faltantes no acabamento aerodinâmico, que não tem função estrutural, ou seja, não é responsável por suportar ou segurar o motor do avião.”
A Anac informou que a ausência de parafusos no ponto da aeronave fotografado pelo leitor, tecnicamente chamado de bordo de ataque do painel, não é permitida. No entanto, assim como a Webjet, esclareceu que “se trata de uma estrutura secundária e não de uma peça estrutural.” A agência se comprometeu a abrir “um processo de fiscalização para apurar, junto à Diretoria de Manutenção da empresa, as medidas adotadas pela companhia para sanar o problema.”
A Webjet garante que, “ao constatar o referido problema, providenciou a sua correção, ao realizar a simples substituição dos parafusos. A companhia ressalta que em momento algum a segurança dos passageiros, tripulantes e do voo foi comprometida.” A companhia disse manter “um rigoroso programa de manutenção diário em todas as suas aeronaves, sendo que o mesmo foi devidamente aprovado pelas autoridades aéreas competentes.”
Em junho de 2011, um avião da Webjet também foi alvo de um flagrante enviado ao Eu-Repórter. Então, o leitor Marcos Sketch mandou uma foto que mostrava um reparo feito com uma fita na fuselagem da aeronave que fazia o voo 6700 (Rio - Porto Alegre). Apesar de o tamanho do reparo ter deixado os passageiros assustados, a companhia e a Anac disseram que a fita pode ser usada em consertos temporários.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/eu-reporter/aviao-da-webjet-voa-com-parafusos-soltos-na-ponte-aerea-4388182#ixzz1pvv3c01z
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Chuva põe rios da Região Serrana e Baixada Fluminense em atenção

Chuva atinge todo o estado do Rio de Janeiro.
Há risco de transbordamento em várias regiões.


O Instituto Nacional do Ambiente (Inea) informou na madrugada desta sexta-feira (23), com base na chuva que atinge o estado do Rio de Janeiro, que os rios da Baixada Fluminense e da Região Serrana estão em estágio de atenção.
Segundo o Inea, há risco de transbordamento nos seguintes rios caso aumente a intensidade da chuva:
São João de Meriti: Rios Pavuna e Acari
Nilópolis: Rio Sarapui
Mesquita: Rio Sarapui
Belford Roxo: Rios Iguaçu, Botas, Capivari e Sarapui
Nova Iguaçu: Rios Botas e Iguaçu
Duque de Caxias: Rios Pavuna, Saracuruna, Sarapuí, Capivari, Iguaçu, Botas, Inhomirim e Acari
Região Serrana
Nova Friburgo: Rios Bengalas, Santo Antônio e Cônego e Córrego D’antas
Petrópolis: Rios Quitandinha, Piabanha, Santo Antônio e Palatinado
Teresópolis: Rios Meudon e Paquequer.

quinta-feira, 22 de março de 2012


Dia Mundial da Água: “Não há solução única e mágica"

Para ambientalista, é preciso uma mudança radical no consumo para que todos tenha acesso à água potável

 
Foto: Getty Images
Crianças caiapós brincam enquanto atravessam um rio no Amazonas: acesso à água doce ainda é limitado

De acordo com a Organização das Nações Unidas, cerca de 800 milhões de pessoas no mundo ainda não tem acesso à água potável. Levando em conta o crescimento populacional e o desenvolvimento econômico este cenário só vai piorar. Para que isto não aconteça, é preciso uma mudança radical, de acordo com Albano Araújo, Coordenador da Estratégia de Água Doce, do Programa de Conservação da Mata Atlântica, da ONG The Nature Conservancy.

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Ele afirma, neste dia mundial da água, que é hora de pensar de forma mais efetiva nas soluções possíveis para a distribuição equitativa de água no mundo, mesmo que se tenha em mente que não existe uma solução mágica para todo o mundo ou mesmo para um país das dimensões do Brasil. “Há um conjunto de soluções que pode ser combinado para resolver problemas específicos de cada local”, disse.

Veja abaixo a entrevista concedida ao iG:

iG: Qual é o maior problema referente a distribuição de água no mundo? 
Albano Araújo: Há dois problemas básicos a serem enfrentados: a escassez física e a escassez econômica de água. Em algumas regiões do mundo, devido às condições climáticas, simplesmente não há água suficiente. Em outras regiões a falta de infraestrutura e de investimentos faz com que as populações, especialmente as mais pobres, não tenham acesso à água limpa na quantidade adequada. Um grande desafio então em nível global é garantirmos o acesso equitativo à água, independente do nível de renda e, onde há escassez física, trabalharmos para encontrar soluções tecnológicas que aumentem a disponibilidade de água.

iG: E no Brasil, qual é o principal problema em relação à água?
Albano Araújo: No Brasil ainda enfrentamos a consequência de décadas de baixo investimento. A disponibilidade de saneamento básico é totalmente incompatível com o atual nível da atividade econômica no país. Os melhores números estão na região Sudeste, onde cerca de 95% da população tem acesso a água tratada e 70% do esgoto é coletado, mas no extremo a região norte a coleta de esgoto é inferior a 5% e menos de 70% da população recebe água tratada. O Brasil precisa investir pesadamente em tratamento de água e esgotos para revertermos estes números e deixarmos de ter ‘rios mortos’ correndo pelas cidades, verdadeiros esgotos a céu aberto, que contribuem para a disseminação de doenças.

iG: Um estudo recente afirma que a agricultura usa 92% da água doce do mundo. O que é preciso fazer para reverter esta situação?
Albano Araújo: O estudo diz que a agricultura contribui com 92% da pegada hídrica global da humanidade, mas também ressalta que cerca de 75% desta contribuição vem da Pegada Hídrica Verde, que corresponde à água da chuva que fica disponível nos solos para as culturas. Esta é a água que será absorvida e evapotranspirada pelas plantas. De um ponto de vista de sustentabilidade, poderíamos dizer genericamente ‘quanto mais verde melhor’ em relação à Pegada Hídrica de uma cultura, ou seja, quanto maior for a proporção do uso de água ‘verde’ (da chuva), mais água ‘azul’ ficará disponível, ou seja a água dos rios, lagos e aquíferos. Como a água ‘verde’ só pode ser usada na agricultura e a água azul tem múltiplos usos, o desafio na agricultura é aumentarmos a produtividade reduzindo o uso da água azul, o que pode ser feito principalmente otimizando os sistemas de irrigação.

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Foto: Divulgação/The Nature Conservancy
Albano Araújo: é preciso investir em tratamento de água





iG: Ainda de acordo com este estudo, o Brasil é o quarto maior consumidor de água no mundo. Que bons e exemplos poderiam ser adotados para que o País consumisse menos água?
Albano Araújo: A Pegada Hídrica Verde do Brasil é grande devido à sua relevante produção agropecuária, mas novamente, este é um uso adequado da água verde, mas lembrando que podemos aplicar técnicas que aumentam a produtividade das culturas que não demandam irrigação. Com certeza, a nossa deficiência de saneamento é outro fator que aumenta consideravelmente a componente cinza da Pegada Hídrica do Brasil, já que poluímos grandes volumes de água dos rios lançando neles esgotos não tratados. Como a Pegada Hídrica cinza calcula o volume necessário para diluir esta poluição, tem-se um efeito multiplicador muito forte.

Uma boa prática extremamente viável no Brasil seria a captação de água de chuva para uso doméstico e industrial. O exemplo das cisternas no agreste nordestino mostra que mesmos com níveis de precipitação muito baixos (entre 600mm e 800mm por ano), já é possível armazenar água suficiente para os usos básicos de uma família. No restante do país onde chove muito (geralmente mais de 1.500mm por ano), a captação de água de chuva pode chegar a suprir até 40% da demanda doméstica. Como nosso sistema de distribuição de água tem muitas perdas (em média no Brasil metade da água tratada se perde nos encanamentos antes de chegar nas casas), captar água da chuva diretamente nas casas poderia ajudar bastante a reduzir a demanda de água dos mananciais que abastecem as cidades.
iG: Críticos afirmam que o Fórum Mundial da Água, na França, apenas reforçou a parceria público-privada para o acesso a água? O senhor concorda com isto? Seria mesmo um retrocesso?
Albano Araújo: Em linhas gerais, a ideia do Fórum foi buscar soluções viáveis para garantir o acesso equitativo e o uso eficiente e sustentável da água. Os problemas já são bem conhecidos e considerou-se que era hora de pensar de forma mais efetiva nas soluções possíveis. Um fato consensual é que não há uma solução única e mágica que possamos aplicar em todo o mundo ou mesmo em um país do tamanho do Brasil, mas há um conjunto de soluções que pode ser combinado para resolver problemas específicos de cada local. Desta forma, as parcerias público-privadas, bem como a valoração econômica da água, os programas de pagamentos por serviços ambientais, a criação de fundos para conservação da água, etc. são propostas de abordagens e soluções viáveis para alguns locais, mas não para todos.
iG: É possível assegurar a equidade no acesso de água em todo o mundo neste cenário que parece cada vez mais se agravar?
Albano Araújo: Não com o modelo atual de desenvolvimento. Qualquer projeção feita em uma calculadora com as quatro operações básicas mostra que se a população atual do planeta (sem contar o aumento previsto para os próximos 50 anos) assumisse o padrão de consumo dos países desenvolvidos, precisaríamos de mais 4 ou 5 planetas para dar conta do recado. Em algum momento será necessário fazer uma grande mudança nos padrões de comportamento e na relação com a natureza, evoluindo de uma visão consumista para uma mais sustentável. Por enquanto é uma opção, mas talvez antes do que pensamos isto será mandatório.
iG: Com base na realidade de hoje, que cenário teremos para os próximos anos?
Albano Araújo: 
As projeções são sombrias, mas são muito palpáveis as possibilidades de alterarmos o nosso futuro realizando agora as ações que nos permitirão viver em harmonia com o meio ambiente ao mesmo tempo em que podemos usufruir de uma qualidade de vida cada vez melhor. Certamente teremos de abrir mão de alguns itens dos nossos sonhos de consumo, mas poderemos substituí-los por outros equivalentes que nos tragam benefícios semelhantes, mas sem destruir a natureza e colocar em risco o futuro das próximas gerações.