A violação dos direitos humanos e das leis internacionais de todas as partes envolvidas na guerra da Somália está contribuindo para a catástrofe humanitária e para a falta extrema de comida no país, afirma o grupo Human Rights Watch.
Em um relatório intitulado "Você Não Sabe a Quem Culpar", a entidade de defesa dos direitos humanos, sediada na Grã-Bretanha, pede que as partes envolvidas no conflito parem com os abusos contra civis e garantam o acesso das pessoas à ajuda humanitária.
O texto acusa o grupo islâmico Al-Shabab, que combate o governo central e domina diversas áreas do país africano, de impor brutalidade e repressão diárias aos civis nas regiões que estão sob o seu controle.
Por sua vez, o governo de transição, embora tenha a função de proteger os cidadãos, é acusado de prisões e detenções arbitrárias.
O Human Rights Watch afirma ainda que as pessoas que buscam refúgio no país vizinho do Quênia correm o risco de estupro e extorsão nas mãos da polícia queniana.
O relatório não pouca os governos dos países ocidentais, que são acusados de fazer pouco para acabar com as violações dos direitos humanos na Somália.
Guerra e fome
A região do "chifre da África", onde fica a Somália, enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 2,8 milhões de pessoas necessitam de ajuda alimentar no país.
Além disso, a Somália já está há 20 anos sem um governo efetivo. Boa parte do sul e do centro do país estão sob o controle do Al-Shabab, que tem ligações com a rede Al-Qaeda e impõe a sharia, a lei religiosa islâmica.
Cerca de 1,4 milhão de pessoas já tiveram de se deslocar dentro da Somália, enquanto centenas de milhares deixaram o país devido à guerra e à falta de água e comida.
Um porta-voz do Human Rights Watch disse que a Somália "precisa tanto de paz quanto de chuvas", e que o país deveria ser uma prioridade maior na agenda internacional. BBC Brasil -
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